No domingo, 05/02/2017 partimos em uma "expedição exploratória" com o intuito de encontrar uma dessas cachoeiras, chamada de "Cachoeira do Funil", ou "Cascata dos Maragatos". Essa queda em especial, se tornou obsessão entre meus amigos trilheiros pela dificuldade de ser encontrada, e invariavelmente, isso acabou nos motivando ainda mais.
"Ir onde poucos foram. Chegar onde poucos chegaram".
Formado um grupo para a citada aventura, partimos em 8 desbravadores em 3 carros de Igrejinha/RS até Rolante/RS, percorrendo cerca de 40Km até o centro da cidade, e depois 15Km de uma estrada sofrível até o local onde ficava a entrada da trilha. A estrada era tão ruim, que precisamos dirigir com cuidado e a uma velocidade bem baixa, passando por uma paisagem repleta de mata intocada e repleta de bananeiras e taquarais que eram uma prévia da travessia que estava por vir.
O líder da expedição era o empresário, cabeleireiro e aventureiro Leandro Ferreira (Zzore), que conhecia a região, mas que também nunca havia visto a cachoeira que estávamos procurando. Junto ao grupo também estava meu amigo Vinicius Brito, que filmou toda a travessia com uma Go Pro, seus dois irmãos, Leandro Brito e Augusto Brito, que junto ao Vini, me acompanharam no "segundo pelotão" (eramos os mais atrasados)haha. Os dois também levaram algumas varas de pesca desmontáveis e pescaram alguns Lambaris no riacho ao qual seguimos a margem. No grupo que puxou a frente do trekking, junto ao guia Leandro, se encontravam o ágil Marcelo Fassbinder, que foi quem preparou nosso almoço mais tarde, Luik Alberti, que é meu conhecido de longa data e me ajudou muito a acender um fogareiro improvisado que usei para ferver água para um Cup Noodles mais tarde e Candinho Lazaro, que fiquei conhecendo no dia da trip e que me surpreendeu pelo fôlego e resistência, se mantendo sempre a frente do grupo no trajeto.
Chegamos no início da trilha 15 pras 9 da manhã, tomamos um rápido café, que havíamos levado em térmicas e caímos na estrada, ou melhor, na água... cerca de 60% do trajeto foi percorrido cruzando o riacho no qual a cachoeira despencava, logo, de nada adiantou um esforço inicial de tirar meu tênis Bull Terrier de trekking para que não molhasse por dentro no primeiro trajeto de água, se eu logo a frente, enfrentaria algumas passagens em que a água gelada passava da minha cintura...haha
Os primeiros 300 metros foram de adaptação ao terreno um pouco de mata fechada, que abrimos a facão. Aproveitei para testar a eficiência do meu facão novo, da Tramontina e próprio para trilhas. De fato, o facão era muito bom, pena que perdi ele no rio, em uma de minhas inúmeras quedas na água ao atravessar as pedras cheias de limo e escorregadias do rio...haha. faz parte, né?
Depois de alguns quilômetros de um terreno muito difícil de percorrer, onde o trajeto era muito lento, chegamos ao pé da cachoeira. Imponente e com quase 30 metros de altura (distância medida a olho pelo Leandro.. rs), a Cachoeira do funil é sem dúvida uma das mais belas que já vi. (belas e inacessíveis).
Exploramos um pouco a área e logo nos pusemos a fazer um fogo nas pedras usando uma lenha muito difícil de queimar, em função da umidade. Marcelo foi nosso cozinheiro, e usou alguns espetos que improvisamos com algumas taquaras rachadas para assar alguns salsichões que havíamos levado em uma sacola térmica. Aproveitei a parada e o sol quente que fazia, e improvisei também um varal com uma corda de 15m que havia levado, para secar um pouco nossos sapatos e camisetas.
Em torno das 14h, iniciamos o caminho de volta, depois de explorar um pouco a área da cachoeira e investigar algumas fendas nas rochas que nos deixaram curiosos, já que o local, segundo os moradores mais antigos, era usado como acampamento pelos Maragatos durante a Revolução Federalista. O caminho de volta foi mais rápido, já que conhecíamos melhor o trajeto, mas não menos desgastante. Ainda tentei de forma mal sucedida encontrar meu facão as margens do rio, mas não obtive o menor êxito...haha
Pelas 16h, chegamos ao ponto inicial da trilha e fomos nadar em uma área mais funda do rio, onde outros nativos das redondezas também se encontravam espantando o calor. No fim da jornada, havia ficado, e acredito que falo por todos, dois sentimentos bem definidos: o primeiro era o de cansaço, pois fomos levados a nosso limite em um terreno e em condições que não encontramos em todos os trekkings. O segundo, de satisfação, pois chegamos onde poucos chegaram e conquistamos o que poucos conseguiram!
Estou muito ansioso para a próxima aventura! Bora lá!
Marlon Tegner
Mais fotos do trekking:
Adorei! Que lugar lindo, quero muito conhecer, obrigada por compartilhar!
ResponderExcluirFico grato pela visita! O lugar é lindo mesmo, mas deve ser explorado com cuidado, para não correr riscos durante a aventura. Logo vou postar mais relatos sobre Trekkings em lugares tão lindos quanto este, fica ligada! hehe
ExcluirMuito legal. Parabéns pelo blog, e por compartilhar essa pequena aventura!!! Ateh a próxima!!!
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